Jonathan Nolan conta porque Person of Interest abraça a alta tecnologia de vigilância que Batman rejeitou.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Como a maioria deve saber, esse ano de 2012, mais precisamente no dia 27 de julho, estreia aqui no Brasil o terceiro e último filme baseado em um dos melhores personagens de histórias em quadrinhos – para mim o melhor de todos, Batman: o cavaleiro das trevas ressurge. E como os irmãos Nolan são os grandes responsáveis por isso, resolvi pesquisar mais e fazer um post legal sobre as diferenças e semelhanças ligadas as questões das tecnologias de vigilância desta franquia com a nova série da CBS que está colocando o nome do caçula Nolan nos holofotes televisivos.
Em uma entrevista ao io9 o Jonah Nolan contou sobre sua fascinação com vigilância tecnológica que inspirou person of interest e porque Batman rejeitou bastante essas tecnologias que o Finch abraça na série. O Nolan nega também fazer parte de grupos anônimos na internet, percebe-se isso também tanto no personagem Reese quanto no personagem de Bruce Wayne, uma das principais relações que os fãs fazem.

io9: Nós vemos o personagem principal de POI fazendo o contrário do que Batman faz com a tecnologia de vigilância através do celular no Cavaleiro das Trevas. Por que algo que é tão ruim para o Batman é bom para outros personagens?

J.N: Eu escrevi aquele material para o cavaleiro das trevas em 2005, nós filmamos em 2008, e várias coisas haviam mudado. Eu não gosto de colocar didatismo político nas coisas que trabalho – existem apenas perguntas, nada de mensagens. Então, quando vimos as similaridades entre o cavaleiro das trevas e o escândalo das escutas telefônicas ilegais durante a administração Bush – Bem, isso levou a um giro político algo que era para ser mais generalizado. Batman flerta com o lado escuro, e não acho que o Reese ou o Finch são menos heróis  que o Bruce W. Mas, a grande diferença é que em 6 anos, o estado de vigilância passou de uma novidade para um fato. Esqueça como se sente a respeito do estado de vigilância, porque em POI existem questões grandes, se a máquina é boa ou ruim, se o que eles estão fazendo é algo ruim ou bom. Ambos são pessoas boas em um mundo onde o estado de vigilância é algo dado, já em cavaleiro das trevas era uma questão. Jonathan Nolan admitiu que POI explora muitos dos temas de o Cavaleiro das Trevas, especialmente quando o Batman usa da tecnologia de vigilância para pegar o Coringa.



io9: Você tem uma história de vigilantes cibernéticos, você se inspirou em grupos como Wikileaks e anônimos  que usam a internet para expor segredos do governo e brigar pelas causas que acreditam?


JN: Eu não sou afiliado a nenhum desses grupos – é claro que se eu fosse não iria dizer, pois a ideia é ser anônimo. Mas, o personagem do Finch veio da minha esposa que ficou cheia de ouvir a minha reclamação a respeito do prejuízo e perda da privacidade. Então resolvi falar sobre o mundo maníaco e todo mundo está adotando essas tecnologias. . . Olha, eu entendo o apelo de coisas como a rede social, mas não se preocupar em olhar as consequências, é como ser míope.
Eu sempre fui interessado nestas questões, e eu sou fascinado pela forma a qual Anonymous e Wikileaks representam uma enorme mudança no poder através de tecnologia da informação. Nós cortamos um discurso de Finch no piloto onde ele fala sobre sua decepção quando ele estava crescendo e percebeu que estava na era da informação, em vez da era do jato e da era do espaço. Até que ele diz, que em algum momento você percebe que tão banal como os sons da era da informação, é incrivelmente poderoso. O hardware já está em vigor, agora temos uma atualização de software que pode mudar tudo. Ao atualizar o firmware, você vive em um mundo radicalmente diferente.

io9: Eu amo a forma como Person of Interest mostra como seus vigilantes usam secretamente as tecnologias de vigilância do governo. Nossos heróis Finch e Reese se preocupam sobre como o governo está desperdiçando as informações. Mas eles realmente não se preocupam em invadir a privacidade das pessoas – porque isso?

J.N: No episódio 2, vemos o parceiro de negócios, Ingram, de longa data de Finch, falando sobre [Orwellian technology]. Mas também há sempre um material deixado no chão da sala, e há um limite de quanto podemos dizer. Espero que você tenha tido a sensação de que Finch está preocupado com as implicações em relação a privacidade, e o abuso deste sistema quando estava sendo operado pelo governo. Na medida em que nós entramos mais na história, Finch começa a explicar para Reese algumas decisões que eles tomou, em termos de arquitetura da máquina e por isso ele se comporta daquela maneira. Suas preocupações são tecidas no argumento real que John Poindexter fez na tentativa de projetar o TIA alguns desses e outros sistemas, tanto faz se eles vêm do NSA ou SAI ou do Pentágono. Muito deles convergiram para está ideia ao mesmo tempo em que a melhor maneira de proteger a privacidade,  em um sistema total de vigilância  para rastrear pessoas, é usando  números. É ai que a ideia veio - obviamente o caminho mais fácil para numerar pessoas é usar um número que já está em uso, como o CPF.


Tradução: Elisabete Gonçalves e Isadora Almeida.
Fonte: http://io9.com/5847069/dark-knight-writer-jonathan-nolan-tells-us-why-person-of-interest-embraces-the-surveillance-technology-batman-rejected

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