Como
a maioria deve saber, esse ano de 2012, mais precisamente no dia 27 de julho,
estreia aqui no Brasil o terceiro e último filme baseado em um dos melhores personagens de histórias em quadrinhos – para mim o melhor de todos,
Batman: o cavaleiro das trevas ressurge. E como os irmãos Nolan são os grandes
responsáveis por isso, resolvi pesquisar mais e fazer um post legal sobre as
diferenças e semelhanças ligadas as questões das tecnologias de vigilância desta franquia
com a nova série da CBS que está colocando o nome do caçula Nolan nos holofotes
televisivos.
Em uma entrevista
ao io9 o Jonah Nolan contou sobre sua fascinação com vigilância tecnológica que
inspirou person of interest e porque Batman rejeitou bastante essas tecnologias
que o Finch abraça na série. O Nolan nega também fazer parte de grupos anônimos
na internet, percebe-se isso também tanto no personagem Reese quanto no personagem
de Bruce Wayne, uma das principais relações que os fãs fazem.
io9: Nós
vemos o personagem principal de POI fazendo o contrário do que Batman faz com a
tecnologia de vigilância através do celular no Cavaleiro das Trevas. Por que
algo que é tão ruim para o Batman é bom para outros personagens?
J.N: Eu escrevi aquele material para o
cavaleiro das trevas em 2005, nós filmamos em 2008, e várias coisas haviam mudado.
Eu não gosto de colocar didatismo político nas coisas que trabalho – existem apenas perguntas, nada
de mensagens. Então, quando vimos as similaridades entre o cavaleiro das
trevas e o escândalo das escutas telefônicas ilegais
durante a administração Bush –
Bem, isso levou a um giro político algo que era para ser mais generalizado. Batman flerta com o lado escuro, e não acho que o
Reese ou o Finch são menos heróis que o
Bruce W. Mas, a grande diferença é que em 6 anos, o estado de vigilância passou de uma novidade para um fato. Esqueça como se
sente a respeito do estado de vigilância, porque em POI existem questões
grandes, se a máquina é boa ou ruim, se o que eles estão fazendo é algo ruim ou
bom. Ambos são pessoas boas em um mundo onde o estado de vigilância é algo dado,
já em cavaleiro das trevas era uma questão. Jonathan Nolan admitiu que POI explora muitos dos temas de o Cavaleiro das Trevas, especialmente quando o Batman usa da tecnologia de vigilância para pegar o Coringa.
io9: Você tem uma história de vigilantes cibernéticos,
você se inspirou em grupos como Wikileaks e anônimos que usam a internet para expor segredos do
governo e brigar pelas causas que acreditam?
JN: Eu não sou afiliado a nenhum desses grupos – é claro
que se eu fosse não iria dizer, pois a ideia é ser anônimo. Mas, o personagem
do Finch veio da minha esposa que ficou cheia de ouvir a minha reclamação a
respeito do prejuízo e perda da privacidade. Então resolvi falar sobre
o mundo maníaco e todo
mundo está adotando essas
tecnologias. . . Olha, eu entendo o
apelo de coisas como a rede social,
mas não se preocupar em olhar as consequências, é como ser míope.
Eu sempre fui interessado nestas questões, e eu sou fascinado pela
forma a qual Anonymous e Wikileaks representam uma enorme mudança no poder através de tecnologia da informação. Nós cortamos um discurso de Finch no piloto onde
ele fala sobre sua decepção quando
ele estava crescendo e percebeu
que estava na era da informação, em vez da era do jato e da era
do espaço. Até que ele diz, que em algum momento
você percebe que tão banal como os sons da era da informação, é
incrivelmente poderoso. O hardware já
está em vigor, agora temos uma
atualização de software que pode
mudar tudo. Ao atualizar o firmware, você
vive em um mundo radicalmente diferente.
io9: Eu amo a forma como Person of Interest mostra como seus
vigilantes usam secretamente as tecnologias de vigilância do governo. Nossos
heróis Finch e Reese se preocupam sobre como o governo está desperdiçando as informações. Mas eles realmente não se preocupam em invadir a
privacidade das pessoas – porque isso?
J.N: No episódio 2, vemos o parceiro de
negócios, Ingram, de longa data de Finch, falando sobre [Orwellian technology].
Mas também há sempre um material deixado no chão da sala, e há um limite de
quanto podemos dizer. Espero que você tenha tido a sensação de que Finch está
preocupado com as implicações em relação a privacidade, e o abuso deste
sistema quando estava sendo operado pelo governo. Na medida em que nós entramos
mais na história, Finch começa a explicar para Reese algumas decisões que eles tomou, em
termos de arquitetura da máquina e por isso ele se comporta daquela maneira. Suas preocupações são tecidas no argumento real que John
Poindexter fez na tentativa de projetar o TIA alguns desses e outros sistemas,
tanto faz se eles vêm do NSA ou SAI ou do Pentágono. Muito deles convergiram
para está ideia ao mesmo tempo em que a melhor maneira de proteger a
privacidade, em um sistema total de
vigilância para rastrear pessoas, é
usando números. É ai que a ideia veio - obviamente
o caminho mais fácil para numerar pessoas é usar um número que já está em uso,
como o CPF.
Tradução: Elisabete Gonçalves e Isadora Almeida.
Fonte: http://io9.com/5847069/dark-knight-writer-jonathan-nolan-tells-us-why-person-of-interest-embraces-the-surveillance-technology-batman-rejected
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